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Foto do escritorConselhos Literários

O que é ser um leitor crítico? A arte sutil e honesta da Leitura Crítica.

Como se tornar um leitor crítico e o que saber na hora de contratar um? 

Olá, querido leitor e criador criativo. Andei sumidinha, né, meu xuxu? Mas tem um bom motivo! Vem aí o próximo encontro do Viver de Livros e o tema é nada menos que: LEITOR CRÍTICO!



Hoje, estou super animada para conversar com vocês sobre esse assunto que ilumina meu trabalho e aquece meu coração. Ok, tô sendo dramática, eu sei, mas poxa, cresci vendo novela mexicana (um beijo, Rubi!). Há 9 anos, embarquei nesse trabalho que não só me transformou como leitora, mas também como criadora. Eu leio desde que me conheço por gente, lia antes mesmo de saber ler. Decorava as histórias que meus pais me contavam e saía repetindo. Sem querer, ganhei fama de prodígio, mas a verdade é que, logo realmente aprendi, e nunca mais parei. Depois disso, graças aos meus professores de filosofia, psicologia, história e literatura, desenvolvi um ótimo senso crítico. Quando fiz 20 anos e, do nada, me vi como gerente de uma livraria (Estação das Palavras em Santa Maria - RS), também caí de paraquedas no mundo da leitura profissional. A leitura crítica me ajudou a desbloquear novas formas de pensar e escrever, desenvolvendo um método especial para captar aqueles detalhes que muitas vezes passam despercebidos. Sinto, claro, que o TDAH e talvez a superdotação tenham me ajudado; leio rápido e as palavras e falhas (dos outros, por vício em textos nossos) saltam aos olhos quando leio, mas isso é papo pra outro momento. A questão é que esse olhar atento transformou minha vida e segue transformando uma boa história em uma obra inesquecível, e eu adoraria compartilhar isso com você, meu bem!


Quando falamos de leitura crítica, é importante lembrar que ela vai muito além de identificar erros gramaticais ou incoerências e não, NÃO É REVISÃO. Pode haver a revisão crítica? Sim, essa até faço, mas é algo totalmente diferente e que não substitui a revisão, o copidesque, a preparação, a edição, a revisão de prova, não, nada disso. Nem betagem pode substituir a leitura crítica; me desculpa, mas sim, eu puxo sardinha para o meu lado. É uma ferramenta tão, mas tão poderosa que nos permite mergulhar nas camadas mais profundas de uma narrativa, destrinchar cada detalhe, cada nuance. É como se fôssemos detetives literários, no maior sentido Sherlock da palavra, desvendando as intenções de cada autor, juntando um quebra-cabeças e os sentimentos que a obra deseja evocar.



Aliás, tem frases que eu amo e que podem traduzir esse sentimento:

“Cada livro tem uma alma, a alma de quem o tinha escrito e a alma de quem o tinha lido e sonhado com ele.” (Carlos Ruiz Zafón, meu escritor favorito da vida, POR FAVOR, LEIAM!!!!!)

“Ler é sonhar pela mão de outrem.” (Fernando Pessoa, aquele cara maravilhoso com várias personalidades e tal)

“Queremos livros que nos afetem como um desastre. Um livro deve ser como um machado diante de um mar congelado em nós.” (Franz Kafka, o cara da Metamorfose)




Sigo essas três frases sempre e uso elas para a vida e para meu trabalho. Foram aquelas que me apoiaram quando o primeiro autor entrou pelas portas enormes da livraria do shopping, com dinheiro em mãos, me pedindo que, pelo amor de Deus, dissesse para ele se o que havia escrito era a droga que ele achava que era. E não, não era. O que ele tinha ali era ouro puro. Vou me lembrar daquele senhor que nem sequer queria realmente publicar para vender; era um poeta que havia feito um romance apenas para mostrar à sua mulher, que ficou 10 anos aguentando as longas noites que ele passava trancado escrevendo. Eu chorei quando entreguei meu primeiro relatório e marquei um café — no shopping mesmo — para falar o que senti ao ler aquilo tudo. Um beijo, seu Humberto Z., onde quer que o senhor esteja, e obrigada por ter me colocado neste mundo da crítica, que já estava dentro de mim; só não sabia o quanto a minha opinião poderia acalmar um coração. E foi lindo, foi a primeira vez que senti que meu trabalho mudaria vidas.


Na época, eu já era livreira e estava estudando Letras e, claro, Biblioterapia (outra paixão que acompanha toda a minha carreira profissional e merece uma newsletter à parte). E, graças a isso, sempre soube indicar o livro certo para a pessoa certa. Unido aos cursos que fiz de coaching — sem julgamentos! Haha — sinto que poderia ter a cura por meio de um livro de ficção, sem que o leitor nem sequer percebesse. Mas, na hora em que chegava à livraria pedindo esse socorro interno ao passear pelas prateleiras, eu já sabia. O tipo de socorro que o leitor crítico fornece é muito diferente do que o biblioterapeuta e a livreira oferecem; é um apoio explícito, não sigiloso. É uma prova, uma validação do seu trabalho e é como se houvesse uma pedra preciosa e a gente fosse lapidando, com uma lixa de unha fininha, cada cantinho, cada detalhe, cada palavra, frase e parágrafo, cada diálogo, até ele estar conversando com a alma de quem irá ler.



Imagine-se percebendo o que está nas entrelinhas e ajudando o autor a tornar sua obra ainda mais coesa e impactante. Esse é o trabalho! Quando cheguei, tudo era mato. Haha. Leitura crítica nem sequer havia esse nome, ou pelo menos não que eu conhecesse. Mas hoje vejo o quanto essa habilidade é essencial, pois é através dela que consigo captar a essência do texto e descobrir o que realmente faz uma história ressoar com o coração dos leitores, sabe? E por isso eu queria passar esse conhecimento adiante. Confesso que eu era egoísta, muito egoísta; queria ser a única leitora crítica com a minha técnica. Os 4Cs ficavam escondidos em minha mente a cada nova leitura e via gente sem tanta experiência trazendo conteúdos, cursos (bons, sim), e pensava: “poxa, também poderia ensinar, mas isso é tão precioso para eu repassar assim…''




Puro egoísmo. A verdade é que o que temos de mais precioso é o conhecimento que passamos, e por isso, amanhã vou ensinar tudo. Ou o que o tempo permitir, é claro. Almoço de sábado é quase sagrado, né? Haha.

Agora, se você não quer ser leitor crítico, se você é autor, é fundamental saber o que esperar ao contratar um leitor crítico. Temos então o outro lado da moeda. Esse profissional não está ali para julgar, não, mas para colaborar! Um bom leitor crítico oferece insights valiosos, apontando não só os pontos que podem ser melhorados, mas também destacando as belezas que já existem na sua escrita e, claro, as falhas e o que não está coeso. O leitor crítico é quem lapida o diamante antes mesmo do editor. Ter alguém ao seu lado que se importa com o sucesso da sua obra é maravilhoso e tão rico; me sinto especial dando a mão aos meus autores. Mas, amor, esteja aberto a esse feedback, pois ele pode ser a chave para levar sua obra a um novo patamar. Do que adianta me pagar se você não vai aceitar as críticas? E por isso desenvolvi meu método, que consiste em uma parte importante: a troca ao vivo, onde ficam claros os pontos a serem trabalhados. Lembre-se de que o processo de criação é uma jornada cheia de aprendizados, e cada crítica construtiva é uma oportunidade de crescimento. Agora, não me venha com leitor crítico grosseiro! Essa é a pior coisa do mundo. Lembre-se, você não é amigo, não é parente, não é nada daquele leitor; está ali para ser 100% honesto, mas há formas e formas de falar que uma narrativa precisa melhorar para funcionar. E acho que esse é o motivo pelo qual já passamos por muito mais de 300 autores; minha honestidade não me deixa ser falsa com autor algum. Tá ruim? Eu falo, mas falo dando a solução. E esse, ao meu ver, é o diferencial do bom leitor crítico. Como sou editora e agente, talvez seja mais fácil pra mim, mas até mesmo alguém que é escritor tem capacidade de desenvolver o senso crítico que o trabalho pede.

Agora, se você não tem, pula essa newsletter, que isso não é pra ti. Se você for muito egoísta e autocentrado, também não! Não estamos ali para falar sobre o que gosta e o que não gosta de ler e, se for esse o caso, é apenas uma betagem. Estamos aqui para aplicar o seu conhecimento e, pra mim, isso só acontece quando eu realmente curto o gênero ou o tipo de história que irei criticar. Sim, há uma lista de espera com autores há 1 ano (logo vou chamando, juro), com pessoas que ainda não estão prontas para receber a crítica ou que a obra ainda não está nessa etapa e precisa ser melhor preparada para chegar até a crítica. E é aí que entro com a MTE (Mentoria para Textos Excepcionais), nome da técnica que criei usando minhas siglas. Fofo, né?

Agora, vamos falar sobre conselhos, porque se não, não seria a nossa agência, não seria eu. Então, para você fazer a crítica do seu próprio texto, mesmo sendo um autor, é super importante dar um tempo para sua obra. Deixar o texto descansar por alguns dias antes de relê-lo ajuda a enxergar a história com novos olhos, como se você estivesse descobrindo algo novo. Nesse tempo, pode passar a obra por uma LC profissional também. Essa pausa é como um respiro criativo, permitindo que sua mente relaxe e se afaste da intensidade da escrita.

Outro conselho valioso é ler em voz alta. Essa prática é incrível! Além de ajudar a identificar problemas de ritmo e fluidez, torna a leitura mais dinâmica e divertida. Ao ouvir suas próprias palavras, você pode perceber nuances que não captou ao ler em silêncio. É uma ótima maneira de sentir a musicalidade do seu texto e ajustar o tom e o estilo. E bom, eu leio cada capítulo 3 vezes: no Kindle, tablet em PDF e no Docs/Word. A cada leitura, mais problemas ou soluções vão aparecendo; esse é o pulo do gato, na minha opinião.


Focar nos personagens é igualmente importante. Amo me perguntar se eles são coerentes em suas ações e falas e se têm um desenvolvimento ao longo da história. Personagens bem construídos são a alma de uma narrativa envolvente, e é fundamental que eles evoluam de maneira crível. Pense: "Os personagens enfrentam desafios que os transformam? Suas motivações são claras e compreensíveis?" Essas reflexões podem enriquecer sua narrativa e torná-la ainda mais cativante. Agora, a grande e principal coisa é a tal da verossimilhança; sem isso, meus amores, não há uma obra que se salve. Eu preciso acreditar que um carro pode voar e que animais podem falar naquilo que você criou.

E não se esqueça de questionar tudo! Pergunte-se se cada cena é realmente necessária e se cada diálogo contribui para a trama. Não tenha medo de cortar o que não serve; isso pode fortalecer ainda mais sua história, mesmo que depois o editor também terá esse olhar. Acho importante o autor pensar nisso. Às vezes, menos é mais, e retirar elementos desnecessários pode destacar a essência da sua narrativa. Outras vezes, mais é mais. Poxa, odeio livro que não explora o que poderia.

Por fim, não existe contratar alguém para lapidar teu diamante, para cuidar desse filho que você gerou com tanto carinho. Às vezes, estamos tão envolvidos que não conseguimos ver certas falhas. Conversar com o leitor crítico pode abrir novas portas para sua criatividade e ajudar a enxergar seu trabalho sob uma nova luz. Trocar ideias é sempre enriquecedor; nunca irei parar de falar disso.


E para deixar tudo ainda mais especial, quero convidá-los para um evento super legal amanhã, às 10:30 da manhã, no Meet!


Único, exclusivo e que, à princípio, não ficará gravado. Não é palestra, não é aula; é uma linda e rica roda de conversa sobre a arte da leitura crítica.


Vamos explorar juntos a profissão de leitor crítico, os desafios, as habilidades necessárias e as oportunidades nesse mundo que tanto amo. Se você é autor, aspirante a leitor crítico, criativo, profissional do livro ou apenas curioso sobre o assunto, não perca essa chance de aprender e trocar experiências. Será uma ótima oportunidade para nos conectarmos e compartilharmos nossas paixões literárias!

Estou ansiosa para te ver lá! 🌟


Link de acesso:

Pode enviar e convidar quem você desejar, mesmo que a pessoa não esteja na comunidade CONSELHOS LITERÁRIOS.

Formulário de Participação:

Tô avisando em cima da hora mesmo, para que você tome tenência e venha! Haha

Um abraço carinhoso, beijooooos da sua Conselheira Criativa e leitora crítica favorita. <3

E espera, quem sabe… sua nova professora? Hmmmmm 

Para fechar com chave de ouro essa nossa newsletter, deixo o convite para entrar no grupo Viver de Livros, aqui trocamos e nos ajudamos: 

Amanhã falo mais!

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