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Foto do escritorConselhos Literários

Como a gente começa a criar quando precisa dar conta de mil coisas ao mesmo tempo?



Muitas vezes me senti frustrada por ter tantas ideias incríveis, mas nunca conseguir concluí-las. Sabia que havia algo errado, algo que precisava resolver, mas era difícil organizar tudo na minha mente. Hoje, aos 29 anos, após ter descoberto que tenho TDAH e talvez seja superdotada (algo que comecei a investigar em análise essa semana, após uma mentoria com uma autora que recebeu esse diagnóstico e me incentivou), fiquei em choque por trabalhar com que trabalho. Até então, achava que era burra, mas que fazia sentido criar projetos e refiná-los. “Como assim?” Bem, minha inteligência nunca foi lógica. Nunca fui boa em matemática, física, química. Nunca fui metódica, organizada com horários, nem aquela pessoa que entendia tudo de questões lógicas. Porém, minha mente nunca parava. Sempre estava criando, pensando, queria fazer algo novo toda hora. Por isso, era difícil me definir como uma profissional única: sempre fui múltipla e criei de forma múltipla.

Tudo que era aleatório, desconexo, complexo e criativo me dava prazer. Diria que até me dava um tesão pensar na exploração de uma ideia.

Gosto desse processo de construir algo. De iniciar, estruturar. Mas executar? Que dificuldade! Odiava colocar em prática o que imaginava. Começar um projeto de fato é muito mais difícil do que parece. Até acreditamos que conseguimos, mas como parar de ouvir as vozes na nossa cabeça dizendo que nunca terminamos nada?

Para mim, e talvez para você que está me lendo, o começo é mais fácil. Mas a continuação, o processo, a produção… não, é dificílimo. Acho que por isso tenho facilidade em fazer amigos, ter ideias, e fui nômade digital por 4 anos, ou seja, vivia de inícios. Começos são minha especialidade! Recomeçava em cada lugar que habitava e sempre soube finalizar também, mas o meio das histórias? Me aprofundar? Era complicado.

Por isso, trabalho com o que trabalho: ajudo a criar histórias, livros, projetos, cursos, marcas, negócios. Nada passa despercebido por mim. Cada história, por exemplo, que analiso, penso cuidadosamente nos personagens, cenas, ações, diálogos, estrutura narrativa, ambientação. Penso no projeto que levará aquela história ao mundo, se é físico, digital, qual e como será a ‘‘embalagem’’ e como faremos para chegar aos leitores. 

Analiso, vejo problemas, soluções e mostro como aplicá-las. Eu aplico? Não. Só no meu próprio negócio, e isso me tira completamente a energia. Fico exausta, mas não descanso enquanto não está como idealizei. Vejo ser normal a nossa geração se sentir exausta, mas por qual motivo será? Medo de continuar o que iniciamos? Seja um livro, um relacionamento, um negócio? 

É exaustivo fazer tudo que precisa ser feito quando pensamos, idealizamos, criamos e produzimos. E é o que ocorre com a maioria dos criativos. No mundo real, não podemos nos dar ao luxo de alguém olhar para o nosso projeto e falar: “Que incrível, quero apoiar, cria que eu faço isso acontecer!” Que sonho seria.

Ok, mas tô fugindo do tema! E quem não consegue idealizar facilmente? Temos o contraponto. Aqueles que não podem simplesmente criar ou começar porque as ideias estão embaralhadas ou sem clareza, ou sequer têm uma ideia. Como formar este começo? Como dar o pontapé? Como ter ideias que sejam proveitosas? 

Neste caso, trato de um local que não conheço bem, portanto só posso te falar o seguinte:

Todos os começos exigem inspiração. Cada escritor, empreendedor ou profissional criativo começa se inspirando em algo, mesmo que não saiba.

Te desafio a perguntar para qualquer pessoa como ela começou um projeto. As respostas serão todas muito parecidas.

Viram algo, ouviram algo, sentiram algo, sonharam algo, intuíram algo, presenciaram algo…

É sempre algo, sempre tem uma porta de entrada. Pode ser ampla ou pequena, estreita. Pode ser um grande acontecimento na sua vida, como um acidente, um crime que presenciou e que alterou os rumos da sua história, te abalou tanto ao ponto de precisar escrever. Ou foi com outra pessoa e você é só o narrador observador, que viu tudo e está contando no ponto de vista de uma terceira pessoa. Ou você pode simplesmente ter lido no jornal uma matéria sobre um bilionário que alugou um submarino e acabou perdido no mar. Essa manchete de alguém que você nem conhece, sobre um assunto que não é da sua área, aluga um triplex na sua mente ao ponto de você precisar escrevê-la.

Amigo, o mundo é cheio de inspiração. Tem cada história interessante para ser contada. Toda vez que vejo um filme, uma série, uma novela, leio um livro ou ouço um audiobook, etc., não consigo deixar de pensar no que inspirou a pessoa a criar aquela história. Se foi real ou não, e por qual motivo ela é tão especial ao ponto de alguém ter achado que valia a pena investir nisso e não em outra — ou milhares de outras — que devem ter ficado pegando pó pelo abandono. Por qual motivo uma história é melhor que a outra?

Acho que é uma combinação de bom desenvolvimento de começos e sorte. Ora, sem um bom começo, nada se continua. Sem um bom começo, por que você insistiria em ver uma série? Só se existir um fator extra, como amar muito um ator que aparece só no quarto episódio. Fora isso, você teria desistido. Isso acontece com todas as coisas, com os negócios, cursos, livros e com este texto também. Se ele não te cativou no começo, você não iria ler até aqui o final. E agora deve estar achando mega estranho o fato de eu ter misturado os assuntos e não ter focado apenas no tema, naquilo que está no título desta newsletter: a criação, o início.

Bom, proponho recapitularmos:

Sou uma pessoa com TDAH e Dislexia (não comentei antes, mas sim, trabalho com editorial e sou disléxica, que saco).

As coisas nas quais sou boa me estressam muito, desgastando minha mente e acho que isso acontece com todos. Talvez a nossa habilidade seja um eterno hiperfoco? E a minha coisa boa é: manjo muito de criar, tanto que preciso me obrigar a parar de idealizar novos projetos e assim surgiram as minhas empresas: Conselhos Literários e Conselheira Criativa. Dou conselhos e guio quem precisa de ajudar para criar ou refinar algo.

Este é o meu tipo de início: confuso, complexo e criativo. Mas se por acaso você gostar e se identificar, ficará aqui e acompanhará as loucuras que vão saindo de uma mente criativa, mas viciada em organizar, estruturar e criar coisas que dão clareza para a zona que é a mente humana.

Não existem bons inícios sem caos. Quando começamos uma história, não queremos certezas ou começos fofos e calmos. Queremos caos ou que o começo fofo e calmo seja destruído logo depois, para dar o contraponto. É o que chamo de momento de virada nos cursos que dou de Criação Literária. Caso contrário, a vida não teria graça e não teríamos o plot em um bom livro. Ou seja, todo começo precisa ser estranho para ter história.

E este é o nosso começo! Seja bem-vindo à casa da Conselheira Criativa, uma newsletter para falar sobre criação, exaustão, mercado editorial e gestão de projetos de uma forma gostosa, leve e real! Ah, e não sou a Carrie Bradshaw de Sex and the City (série que sou apaixonada), mas sou uma mulher de quase 30 anos que veio do interior, tem uma vida pessoal complicada, amigas legais e apaixonada pela cidade grande onde vive. Então, sim, teremos muitas histórias por aqui também. Afinal, vida pessoal é tão importante quanto a profissional. Sem ela, não temos criatividade para criar nem para começar nenhum projeto. ;)

Beijooooos da Marry, até breve, caro aconselhado!



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